17 de outubro de 2008

Para a Google não tem essa de Crise!!

SÃO FRANCISCO - A economia está mal, mas os lucros do Google continuam acelerados a taxas que sugerem que o líder de buscas na internet pode continuar como um imã de marketing mesmo quando os anunciantes e consumidores estão num humor favorável aos gastos.

Evidência disso foi o anúncio de crescimento de 26% nos ganhos do terceiro trimestre, que ultrapassaram as previsões dos analistas. O desempenho aliviou investidores, que estavam convictos de que o Google iria sofrer como quase todo mundo nos EUA com a recessão que deve ser a mais grave em 25 anos.

O valor das ações do Google chegou a US$ 353,02, um aumento de US$ 13,85, nas negociações do after-market desta quinta-feira. Foi uma mudança dramática na situação dos papéis da empresa, que chegou a US$ 309,44 - o valor mais baixo dos últimos três anos.

"As pessoas perceberam que se é para investir em ações nessas incertezas, devem investir nos papéis do Google", afirmou o analista Colin Gillis, da consultoria Canaccord Adams.

Mas nem mesmo o Google se sente imune à pior crise financeira do mundo desde a quebra da bolsa norte-americana em 1929. "Estamos todos em um território perigoso", afirmou Eric Schmidt, CEO do Google, em uma conferência telefônica nesta quinta-feira.

O Google teve ganhos de US$ 1,35 bilhão, ou US$ 4,24 por ação. No mesmo período do ano passado, o lucro líquido foi de US$ 1,07 bilhão, ou US$ 3,38 por ação, no mesmo período do ano passado. Excluindo custos de compensação de ações aos funcionários, o Google disse que teria feito US$ 4,92 por ação. Isso ultrapassa os US$ 4,75 por ação que os analistas esperavam.

A receita cresceu 31% e alcançaram US$ 5,54 bilhões. Subtraindo as comissões de anúncio, o total ficou em US$ 4,04 bilhões – cerca de US$ 20 milhões abaixo do estimado.

Os executivos da empresa sustentaram que a companhia ainda pode se sair bem porque sua tecnologia permite campanhas a custos mais baixos do que campanhas tradicionais. Esses fatores, de acordo com a empresa, significam que ele pode receber uma fatia ainda maior do orçamento de anúncios na atual situação.

Além disso, os consumidores que querem esticar o salário podem estar mais propensos a procurar promoções— tarefa que pode aumentar as buscas no Google que impulsionam anúncios.

O co-fundador Sergey Brin previu que a companhia vai sair da crise ainda mais forte. “O momento que eu mais gosto de gerenciar é durante dificuldades econômicas", disse ele em uma entrevista nesta quinta-feira com a agência Associated Press. "Traz mais clareza sobre o que os clientes precisam e quais deveriam ser suas prioridades."

Manter um olhar mais próximo nas despesas é uma mudança grande para o Google, que orgulha-se de ser uma empresa que gasta bastante para tratar bem seus funcionários e expandir a capacidade dos data centers que rodam as ferramentas de busca, e-mails e outros produtos.

Enquanto o Google planeja continuar alimentando seus funcionários gratuitamente – um dos benefícios que oferece –, a empresa já reduziu as horas de funcionamento de alguns cafés dentro de seu complexo.

Outro indicativo de que a empresa está apertando o cinto é que foram contratados 519 funcionários durante o trimestre, bem menos do que os 2,13 mil funcionários que ingressaram na empresa no mesmo período do ano passado. A empresa tem agora 20.123 funcionários.

Fonte: info exame

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